A magia das "mandallas"
Olá leitores, trago a vocês hoje um pequeno desafio.Que tal produzir alimentação básica suficiente, considerando proteínas animais e vegetais, para uma família pequena em um espaço reduzido?
Que tal criar peixes, codornas, galinhas ou até mesmo coelhos bem no meio da horta que produz verduras, legumes e frutas?
Acha difícil ou até impossível? Pois bem… apresento a vocês o método de produção em mandalla.
Mas, o que é esse negócio de Mandala?
Então, falarei um pouco sobre o método de produção em mandalla.
Foi Willy Pessoa Rodrigues, economista paraibano de João Pessoa, que logo após a sua aposentadoria desenvolveu o método de produção autossustentável em mandalla, visando ajudar famílias de baixa renda na produção de alimentos e renda extra.
O sistema mandalla consiste em uma horta circular, semelhante ao nosso
sistema solar. No qual, dispomos no centro (sol), uma lagoa ou tanque, onde criamos
peixes, marrecos, patos e plantas aquáticas. No primeiro círculo (mercúrio), criamos
uma
primeira linha de reflorestamento e proteção, com bananeiras, por exemplo,
os espaços entre as bananeiras podem ser preenchidos com mandioca, e entre a
mandioca podemos cultivar outras culturas menores. É a este círculo que restringimos a criação
de animais como galinhas, codornas, coelhos, os marrecos e patos da lagoa. E
mais à borda, o cultivo de plantas medicinais e ornamentais que ajudam no
controle de pragas e nematoides.
O segundo e
terceiro círculo (Vênus e terra), junto com o primeiro, são
dispostos para a melhoria da qualidade de vida. Ou seja, para cultivo de
verduras e legumes e a outras plantas destinadas ao consumo diário da família. Podemos dividir os canteiros em partes, ou
simplesmente plantar de modo integrado, onde plantamos alguma cultura maior
como mandioca ou milho com um espaçamento maior e no meio deste uma cultura um
pouco menor como pepinos, abobora, feijão, amendoim, melancia ou qualquer outra
que preferir.
Os cinco círculos seguintes (marte, júpiter, saturno, urano e netuno) são destinados a melhoria financeira. Podendo ser plantadas várias culturas para venda ou troca, neste espaço podem ser plantadas várias culturas permanentes como café e outras frutas.
Assim, além da família ter uma melhoria financeira no setor de qualidade de vida, por se tratar de produzir de forma sustentável o próprio alimento, terá a possibilidade de obter renda extra ou até verbas para financiar a criação de novas mandallas.
O
último círculo (Plutão) serve para o equilíbrio ambiental. E é neste
espaço que se faz uma barreira verde contra agrotóxicos e,novamente,plantamos
plantas ornamentais e uteis para controle de pragas e nematoides. Pode-se plantar, também, frutíferas de várias espécies, sempre
respeitando o clima local.
O tanque que abastece a horta, quase sempre é afunilado, variando sua capacidade de acordo com o tamanho da mandalla. Nele fica uma bomba e uma estrutura piramidal que alimenta as linhas levando água até a borda e, sendo distribuída a partir destas, a água para os canteiros, podendo ou não ser setorizada.
sendo a segunda a mais utilizada, devido o menor custo, já que podemos improvisar aspersores com materiais reciclados.
No sistema mandalla a água tem seu máximo aproveitamento, por existirem várias espécies de plantas em consórcio.
Animais como galinhas e codornas, criadas entre meio aos canteiros, podem ajudar no controle de insetos.
CANTEIROS MANDALA OU "BURACO DE FECHADURA"
As
hortas mandala originais ou “buraco de fechadura”, diferente do método genial
desenvolvido por Willy Pessoa Rodrigues, começaram a se tornar populares
inicialmente em alguns lugares da Africa, geralmente bastante quentes e secos.
Esses pequenos canteiros podem deixar qualquer terreno produtivo e melhorar as
condições de crescimento em praticamente qualquer clima. É comprovadamente um
dos sistemas mais produtivos já desenvolvidos, pois demanda de pouco espaço e
recursos.
As hortas mandala consistem em pequenos canteiros circulares elevados
com uma fenda que da acesso a uma composteira
pequena bem no centro, onde depositamos resíduos orgânicos e água, que irá
fornecer muitos nutrientes para suas plantas. Ao contrário da anterior, nesta
não há animais em consórcio com as plantas e o controle de pragas e irrigação
são manuais.
Pois bem, vamos ao passo a passo.
Escolha
o local em que gostaria de fazer seu canteiro circular e defina seu diâmetro.
Este local deverá receber bastante luz solar, de preferência o dia todo.
Demarque no centro do canteio um pequeno círculo, para fazer a composteira. A melhor forma é espetando estacas de madeira no chão até formar um círculo com altura suficiente para deixar mais ou menos 30 a 40 cm para fora da terra, quando o canteiro estiver pronto. Por exemplo, se seu canteiro tiver 50 cm no topo junto a composteira, as estacas devem ter no mínimo 80 cm para fora do chão.
Envolva esse círculo com alguma rede ou tela para que se mantenha assim, e no fundo coloque pedras e terra para ajudar na drenagem da água.
Demarque no centro do canteio um pequeno círculo, para fazer a composteira. A melhor forma é espetando estacas de madeira no chão até formar um círculo com altura suficiente para deixar mais ou menos 30 a 40 cm para fora da terra, quando o canteiro estiver pronto. Por exemplo, se seu canteiro tiver 50 cm no topo junto a composteira, as estacas devem ter no mínimo 80 cm para fora do chão.
Envolva esse círculo com alguma rede ou tela para que se mantenha assim, e no fundo coloque pedras e terra para ajudar na drenagem da água.
Cave
os caminhos ao redor do canteiro com no mínimo 15 cm de profundidade para
facilitar o acúmulo de água da chuva e permitir sua infiltração lenta. Jogue a
terra ao redor da composteira, para reaproveitar.
Faça
um pequeno muro da altura desejada com pedras, garrafas pet, telhas, tijolos
ou, até mesmo, troncos que servirão de muro de arrimo para encher de terra e
matéria orgânica para o plantio. Esse muro deve ser mais baixo que a
composteira.
Uma
forma fácil de calcular a altura do muro é dividindo a altura da composteira
por 3, e usar 1/3 para altura do muro, 2/3 para altura da terra próxima a
composteira e 3/3 a altura total da composteira. Por exemplo, se seu compostor
estiver com 90 cm, faça um muro entre 30 cm e 40 cm, pois o nível de terra
próximo ao compostor deve atingir entre 60 cm e 70 cm. Lembre-se de deixar uma
pequena fenda até a composteira que servirá para acessá-la mais tarde.
Agora
com o muro já pronto é hora de começar a encher o canteiro de terra e material
orgânico. Começamos com uma camada de madeira, como galhos cortados para
recobrir o chão, uma camada de terra e uma de folhas secas ou esterco bovino ou
avicula, molhe tudo e repita o prosseso, até encher o canteiro à altura do
muro.
Com
uma mistura de terra, serragem ou folhas picadas encha em formato piramidal o
restante do canteiro até a altura calculada anteriormente junto a composteira. Deixe
o canteiro descansar irrigando diariamente de 8 a 15 dias.
E,
agora e só plantar as mudas que desejar. Não é aconselhado depositar as sementes
diretamente na mandala, tendo melhor resultado plantando-se mudas.
Depois
e só alimentar a composteira com os resíduos da cozinha (resto de comida,
cascas de frutas, etc.) e água.
Outra
dica interessante seria coletar algumas minhocas e solta-las em seus canteiros,
pois os níveis de nutrientes do solo podem ficar bastante elevados, o que
também pode ser prejudicial a suas cultivares por aumentar também a acidez do
solo. As minhocas agem como agente controlador dessa acidez além de deixar a
terra muito mais fofa.
Observe
também as épocas de plantio de cada planta. Agora é só colocar as mãos na massa
e começar sua horta, e quem sabe produzir alimento saudável e de forma
sustentável para sua família e até mesmo para uma comunidade.
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